Melatonina e seu uso para cefaleias.

Melatonina e seu uso para cefaleias.

Dr Mario Peres escreve sobre melatonina e o seu potencial uso para cefaleias.

Uma das nossas linhas principais de pesquisa é o papel da melatonina nas cefaleias. Nosso estudo no tema é de mais de 10 anos, a primeira publicação foi na revista The Lancet, em 2000, uma das revistas mais prestigiadas da medicina. No mesmo ano defendia a minha tese de doutorado no Departamento de Neurologia da Escola Paulista de Medicina com o título “A importância da prolactina, cortisol, GH e melatonina na cefaléia crônica diária”. Desde então fizemos pesquisas em modelos experimentais, pesquisas clínicas, dosagens laboratoriais, orientei teses e quando trabalhei nos Estados Unidos de 2000 a 2001 tive uma experiência clínica grande com melatonina no tratamento de diversas cefaleias como as enxaquecas, cefaleia em salvas, cefaleia hípnica e cefaleias secundárias, experiência esta que pude trazer quando voltei para o Brasil. Somo referência nesta área de pesquisa não só no Brasil mas em todo o mundo. Me coloco desta forma não para me posicionar na frente de qualquer outro colega, mas para esclarecer os pacientes que tomam melatonina no Brasil e que recebem prescrições de melatonina.

No domingo dia 5 de agosto de 2012, o Fantástico traz uma reportagem sobre os doutores do antienvelhecimento, médicos que oferecem tratamentos hormonais que eles dizem ser revolucionários – mas que, na verdade, são condenados pelo Conselho Federal de Medicina. Entendo os exageros, mas neste “balaio” é mencionada a melatonina, e com informações inverídicas. No meio da entrevista fala-se “No consultório em Curitiba, o doutor J L V faz um longo exame clinico. E o paciente sai com uma lista enorme de suplementos, vitaminas e cinco hormônios. Entre eles, a melatonina, proibida no Brasil. “É um potente antidepressivo, potente anticâncer”, diz um médico.” Detalhe, a melatonina NÃO é proibida no Brasil, e sim não tem como nos Estados Unidos registro de vitamina, o que a meu ver é correto.

 Deveria ter registro pela ANVISA de um medicamento, mas melatonina é uma substância do organismo e não tem patente, então a indústria farmacêutica não tem interesse comercial no produto e não vai arcar com os custos de registro (que são bastante altos) sem perspectiva de lucro. O médico tem direito de prescrever o melhor tratamento para o paciente baseado nas evidências científicas, e o paciente tem o direito de recebê-lo. Não podemos misturar as coisas, os exageros das prescrições hormonais combinadas e sem suporte científico com o cenário do papel da melatonina no tratamento de várias condições neurológicas, especialmente as cefaleias e distúrbios do sono. Levamos esta linha de pesquisa com muita seriedade, publicações científicas em revistas internacionais, teses de doutorado, trabalho de pessoas idôneas, nada temos a ver com medicina ortomolecular e antienvelhecimento.



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